Procurava o amor e encontrava muros.
Procurava o afeto e encontrava paredes.Procurava a felicidade
e o jardim na sua tristeza e solidão a aconchegava
era nos animais que se agasalhava.
Até que um dia
foi procurar a mãe e encontrou a casa.
Era na cama que dormia o zêlo e o macio
era no cobertor os dentes batendo de frio
que se fazia morna e relaxada
era na agua que escorria banho afora que se renov
ava.
Aprendeu com os irmãos a solidariedade
pela sobrevivencia o amor.
Até que um dia:
Colocaram um cadeado no portão...
A casa não era mais sua!
sentiu-se órfã,sem mãe.Sem irmãos.Sem animais nem jardim.
E foi no fundo do abismo, cratera que a engoliu útero adentro
nas estranhas entranhas da terra que a acolheu pedaços de ossos quebrados,e na dor da calcificação .
E no exercício de reaprender a andar que compreendeu:
a sensação de pertencimento é in/terna.
e depende exclusivamente do momento.
Ninguém escolhe os caminhos e os atalhos que se apresentam
não há erro nas escolhas
mas tentativas de aprendizado
e acerto.
-Todo lugar que se precisa para estar
todo o necessário para a sobrevivência e o amor:
vem de dentro!
Renata Koury